no bolso do consumidor

Aplicativo para pedir lanches permite fazer compras no supermercado

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)

Em meio ao aumento repentino no preço da carne bovina, restaurantes e churrascarias de Santa Maria buscam alternativas para não afastar os clientes. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Agas), o contrafilé teve um reajuste médio de 50% nos últimos três meses. Já o coxão mole, no mesmo período, teve uma alta de 46%. Em Santa Maria, a correção chega a 30%. 

A saída mais simples seria repassar o aumento de preços ao consumidor. Contudo, essa não é a primeira opção adotada pelos proprietários.

A explicação para o aumento no valor da carne está na China, que é o maior consumidor de proteína animal do mundo. Nos últimos meses, uma peste dizimou 40% da população de porcos do país. Com isso, a demanda por carne vermelha aumentou, inflacionando os preços no Brasil, que possui o maior rebanho comercial de carne bovina do planeta.

VÍDEO: cidade registra aumento de até 30% no preço da carne de gado

Para os donos de restaurantes de Santa Maria, a alternativa tem sido driblar a alta com opções diferenciadas no cardápio, dando preferência para peixes e frangos. A proprietária do restaurante Via Gastronômica, Juliana Schuch, explica que, ultimamente, está mais barato servir salmão do que alguns cortes de carne bovina, o que, segundo ela, era impensável há alguns meses. Mesmo com um aumento de custo, que gira em torno de 30%, ela manteve o preço do quilo no mesmo valor que era cobrado anteriormente.

- Estamos tentando absorver esse impacto. Na maminha, por exemplo, eu pagava R$ 21 e agora está R$ 33 o quilo. Não aumentamos o valor do bufê porque estamos vendo até onde vamos conseguir segurar. Hoje, as pessoas pesquisam os preços. Não quero perder clientes por aumentar - salienta.

Apesar da resiliência, alguns estabelecimentos não conseguiram segurar o aumento e repassaram o custo, ao menos em parte, ao consumidor. Na padaria e restaurante MaxiPan, o valor da refeição por quilo subiu R$ 3, passando de R$ 45,90 para R$ 48,90.

- Temos que ter carne vermelha, não adianta. Somos de uma região onde a preferência alimentar das pessoas é assim. A gente tenta administrar, fornecer ao cliente um prato de qualidade e, ao mesmo tempo, com um pouco de menos carne - relata o proprietário, Genésio Negrini.

CHURRASCARIAS
Nas churrascarias, onde o carro-chefe é justamente a carne de gado, o segredo para conseguir manter os preços estáveis está na quantidade de estoque. A churrascaria Boi Bom, por exemplo, tem carne armazenada até a metade de janeiro do ano que vem. Mesmo assim, já aplicou reajuste de R$ 3 no preço do espeto corrido.  

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O proprietário Alberto Niche relata que em dias de casa cheia chega a assar 300 quilos de carne bovina. Segundo ele, alguns cortes tiveram um reajuste de até 70%.

- Está sendo difícil para a gente. Apesar do reajuste, o movimento está bom. Acho que o pessoal está trocando a ida ao mercado pelo restaurante. Está ficando mais em conta almoçar fora do que fazer o seu próprio churrasco, por exemplo - relata Niche. 

Vendas também sofrem queda na cidade
Em pesquisa feita na segunda-feira passada, o Diário mostrou um aumento de até 30% nos preços da carne bovina nos supermercados e açougues de Santa Maria. Ao longo das últimas semanas, essa alta vem provocando reflexos nas vendas.  

Uma rede de supermercados da cidade registrou redução de 12% nas vendas de carne de gado ao consumidor. Enquanto isso, o comércio de frango e de porco segue estável. A boa notícia para o consumidor é que, ao menos, os preços da carne bovina pararam de subir, nos últimos dias, conforme revelou a coluna de Deni Zolin de sexta-feira.

O diretor comercial do Frigorífico Silva, de Santa Maria, Gabriel Moraes, disse à coluna que esse aumento não se restringe só ao consumidor final. O preço subiu inclusive para produtores e beneficiadores. Moraes ressaltou que o frigorífico tem sentido a valorização da arroba do boi, que chega a R$ 230, um recorde.

- Isso acontece porque os frigoríficos que não exportam seus produtos para a China tiveram que brigar com as indústrias habilitadas na compra deste boi. Ou seja, o preço pago pela matéria-prima subiu para todos, da indústria ao consumidor final - explicou Moraes.


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